Os carmas da Microsoft

"...um computador em cada mesa e em cada casa..." Assim profetizou Bill Gates (a frase foi mais ou menos essa...). Bom, não dá pra negar que ele de fato conseguiu, porém hoje vejo que a Microsoft sofre da síndrome do NNF (next, next, finish), e esse é o seu carma.

Para alcançar o seu objetivo a Microsoft investiu muito em facilidade e simplicidade para o usuário final, sejam eles usuários do Windows ou do Visual Studio. Com isso, hoje temos milhões de desenvolvedores, técnicos e profissionais de TI em geral, usuários das tecnologias da Microsoft, que não se preocupam em aprofundar os seus estudos na Arquitetura dos produtos, em segurança, em padrões de projetos e demais assuntos IMPORTANTÍSSIMOS para qualquer profissional que se preze. É bem verdade que “Não tem que ser difícil” (by Ramon Durães), mas é preciso ser bem feito, e ter qualidade.

Muitas críticas que eu já escutei acerca dos produtos e tecnologias da MS apenas demostram o completo desconhecimento, e porque não dizer ignorância, dos autores das críticas com relação aos produtos criticados.

Vejo que essa cultura está mudando, mas ainda de forma muito lenta. Creio que hoje a MS tem mais um importante desafio pela frente. Além de combater a agilidade do google e a criatividade da Apple, a gigante de Redmond tem que doutrinar os seus usuários (refiro-me aos usuários técnicos) a investirem de fato no estudo e compreensão das tecnologias que eles utilizam. Trocando em miúdos, não adianta mais levantar um servidor na base do NNF, tem que planejar a instalação, LER e entender o guia de instalação (documentação na MS é o que não falta!), entender as questões de seguraça e performance do produto, etc, etc e etc... Trocando ainda mais em miúdos... VAMOS ESTUDAR GALERA!!

Enfim, eu me rendo... Agilidade já!

Nos últimos meses eu tenho estudado muito sobre Metodologias. Curiosamente o RUP não está mais em todas as minhas pesquisas, apesar de saber que o RUP 7 está bem mudado...

É consenso na indústria e entre os profissionais de TI que adotar uma metodologia de desenvolvimento é um fator crucial para projetos de software. Mas o que poucos entendem é que a metodologia adotada deve ser totalmente adaptada a realidade da empresa e principalmente da equipe que irá tocar o projeto.

Outro erro recorrente na minha opinião são as metáforas utilizadas para os projetos de Software. Quem nunca leu ou escutou comparações entre um projeto de Engenharia Civil e um Projeto de Desenvolvimento de Software? Penso que esse tipo de analogia nos induz a cometer erros seríssimos em nossos projetos, e as metodologias tradicionais como o RUP, além de mal interpretadas e aplicadas, não condiz em muito com a realidade do "código nosso de cada dia".

Vejo nas Metodologias Ágeis uma luz no fim do túnel. XP e Scrum caem como uma luva no contexto dinâmico dos Projetos de TI. Práticas e Valores ao invés de processos é uma escolha sensata. Tudo se encaixa quando começamos a estudar, entender e aplicar os valores ágeis no nosso dia-a-dia profissional, é o tipo de coisa que a gente não entende como conseguiu viver tanto tempo sem.

Hoje estamos vivendo uma grande mudança na Indústria de Software. Ela é silenciosa para os tradicionais e acomodados, porém barulhenta pra galera que anseia por dias melhores em seus projetos, e como toda mudança ela tende a ser difícil e um tanto dolorosa, mas acho que valerá a pena todo o esforço.

Espero que a indústria como um todo abrace os Métodos Ágeis o mais rápido possível!